domingo, 25 de dezembro de 2011

Natal: Feliz Aniversário

Natal: 412 anos






Natal: 412 anos de idade. Feliz Aniversário.




Um bela cidade. Por opção resolvi morar aqui. Nascido em Mossoró, formado no Rio de Janeiro em 1973, aceitei convite para trabalhar em Natal e voltei. 37 anos já se passaram. Foi uma aposta arriscada mas que deu certo. Era Arquiteto da Casa Civil da Presidência da República larguei tudo e optei por Natal. A cidade tinha menos de 200 mil habitantes, apenas uma via pavimentada ( a Salgado Filho, chamada na época de a Pista de Parnamirim, que começava na Base Aérea e terminava na Praça Cívica). A cidade terminava na "corrente", assim chamado o Posto Fiscal que ficava onde hoje é o Midway Shopping. Restaurantes só o saudoso Granada Bar de Nemésio Morquéchio, na Rio Branco, e o Xique-Xique de Humberto que era, na época, instalado no Posto São Luis na mesma Salgado Filho. Uma opção era o Restaurante da Rampa, um lugar traquilo que a Aeronáutica franqueva o acesso aos civís. Ou as Carnes de Sol do Lira e Marinho ou a Peixada da Comadre, nas Rocas.




Não era muito diferente da Natal de 1960 quando aqui estive pela 1ª vez trazido pelo meu tio Manoel Lúcio, ou de 1964 quando aqui cheguei para concluir o ginasial no Atheneu e, logo em 1965, mudar-se para Recife pois aqui não existia curso de arquitetura. Cursei todo o 2º grau em Recife e até o 3º ano de arquitetura da UFPe e, depois, para não ser preso por Médici, fugi para o Rio de Janeiro, onde concluí meu curso. Uma mudança brutal começou a se instalar nos anos 90, com o boom imobiliário que continua e vem destruindo a cidade. O incentivo partiu de Carlos Eduardo Alves que retirou, do Plano Diretor, o critério de Densidade (nº de habitantes por hectare), para permitir o descalabro urbano que Micarla de Souza (a prefeita mais despreparada que já assumiu a direção da cidade) vem dando continuidade.




Ildefonso Cerdá, urbanista que fez o Plano de Ampliação de Barcelona (o Ensanche), em 1855, já afirmava: "ruas e avenidas não são estradas". Intervenções urbanas devem sem pautadas por princípios urbanísticos e não rodoviários. Natal faz tudo ao contrário. Os seus viadutos (principalmente o Complexo do 4º Centenário e o da Urbana) são obras de uma infelicidade, ou irresponsabilidade, totais. Só mesmo um reitor oportunista como Ivonildo Rêgo e um governador abúlico como Garibaldi Filho permitem a construção de uma "barragem" que amesquinha o Campus Universitário. Agora surge (houve Concurso Público de idéias? O Ministério Público precisa ficar atento!) as "soluções" para o Cajueiro de Pirangi. Um absurdo total.




O plano de acessibilidade e mobilidade urbana para Copa do Mundo, só contempla viadutos e mais viadutos, com uma parcela mínima de áreas destinadas aos pedestres. Privilegia-se o automóvel em detrimento do pedestre. E o centro da cidade? George Candillis, grande urbanista francês, afirmava: "...a primeira coisa que um urbanista deve fazer ao intervir em uma cidade é perguntar onde bate o seu coração". O de Natal batia na Rua João Pessoa que tentei revitalizar quando secretário de transporte da cidade, cuja obras foram destruídas por Wilma de Faria, depois Carlos Eduardo Alves e que agora Micarla de Souza transformou em um Feira de Pastéis, a Pastelândia. Natal não tem centro ou centros. Tudo foi transferido para o interior de shoppings, os grandes vilões, ao lado dos condomínios fechados, responsáveis pela destruição da vida urbana.




Você anda a Europa toda e não vê shoppings (o único é em Lisboa). O comércio, rico e variado, na forma e no conteúdo, é o de rua. Ali são marcados os pontos de encontro como cafés, livrarias, botequins, restaurantes, museus e galerias de arte, etc., que conferem vida e diálogo em uma cidade, a conversa face a face, que os shoppings destróem. O Midway Mall, em Natal, ao lado do Natal Shopping e do Via Direta, decretaram a falência e decadência do Centro de Natal, o seu Grande Ponto, cheio de vida de outrora. Resta ainda o Café São Luis que também quis revitalizar aumentando o espaço da calçada e que Wilma de Faria, por ignorância ou má fé, mandou destruir e devolver o espaço para automóveis. É urgente uma grande discussão sobre o destino da cidade, hoje entregue à especulação imobiliária, que através de anuncios classificados de imóveis, impede, numa imprensa falida e comprometida, o debate sobre o tema.




Adriano, o "imperador" das transgressões:




Protegido da mídia flamenguista, agora da corintiana, este maluco e irresponsável jogador de futebol, apronta mais uma: baleou uma mulher. Tratamento psiquiátrico não irá resolver o problema deste rapaz. Acho que ele deveria ser preso e aproveitar a péssima alimentação dos presídios para perder peso e voltar a jogar, se é que ainda conseguirá, dado o seu avantajado corpazil de zebú cervado.




Até amanhã.

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