quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Centro de Natal e Centro Administrativo: é de chorar.

Centro Histórico de Natal




Centro Administrativo do Rio Grande do Norte






Centro Histórico de NataL:



Hoje fui cumprir um ritual que há décadas acompanha a nossoa família: Adquirir o Calendário do Sagrado Coração de Jesus. Um costume que vem dos meus avós. Nada de religiosidade, apenas um fato, ou um ato, dos nossos costumes familiares.
O calendário é prático e trás lições interessantes para qualquer um.



Compro anualmente nas Livrarias Paulinas que fica na Rua João Pessoa, Cidade Alta. Como cheguei cedo, a livraria não estava aberta, fui fazer um giro no Centro de Natal: Uma tristeza. Salva-se o belo edifício da Renner que confere alguma dignidade ao lugar. Prédios sujos, acanhados (exceção para aqueles feitos entre 60 e 70 como SISAL, Canaçu e a Caixa Econômica Federal). O curioso é que o espaço interno das lojas é de bom nível. O espaço público é que é degradado. Na Europa, por exemplo, você encontra pobreza e prédios em ruínas, mas o espaço público é tratado. Um crime e uma falta de respeito com o pedestre são algumas calçadas revestidas com paralelepípedos: provocam quedas constantes, principalmente nos idosos. O resto é lixo, central de pastéis e bugingangas e a revelação triste dos despreparo dos nossos dirigentes, principalmente municipais.






Centro Administrativo:



Do outro lado o grande equívoco: feito por Cortez Pereira (advertido por vários arquitetos e engenheiros do erro que estava sendo cometido, não ligou para as advertências) dentro de uma lagoa. A partir de sua construção, uma sucessão de mutilações. É, certamente o local mais degradado de Natal. Livros, filmes, peças teatrais, músicas, censura-se. Arquitetura, mutila-se. Adequando-se, com o tempo, o Centro foi aos poucos ganhando um contorno mais aceitável. Eis que a vinda de João Paulo II provocou a grande mutilação: no lugar onde deveria ser o Palácio de Despachos, constrói-se o Papódromo (o único no Brasil feito de forma definitiva. Outros estados utilizaram estruturas desmontáveis) e confirma-se o costume sacana da igreja do Rio Grande do Norte de ocupar e destruir espaços públicos: a belíssima Praça Pio X, virou a Nova Catedral (O Tobogã de Deus, na frase lapidar de Padre José Luis). A praça dos professores, uma das mais bonitas de Natal, é violentada pela megalomania de dois padres e a irresponsabilidade de uma secretária de planejamento (?), que além de permitir a obra fez o projeto, ali edificando a Igreja de Santo Agostinho (logo de quem, meu Deus!) Outras praças receberam igrejas, autênticos galpões, cuja feição nos agride.



Agora o Centro é amesquinhado de vez pelo projeto do novo estádio de futebol. A terraplanagem básica atinge a altura do 1º andar das secretarias, "enterrando" de vez aquele que deveria ser o espaço mais importante da cidade. Como ficará o novo acesso? Uma rua secundária nos fundos do novo estádio? Quanta falta de governantes que não sabem entender certas questões fundamentais de uma cidade...




A Governadoria deve ser o prédio de administração pública mais feio, mesquinho e deplorável do Brasil!



Por quê não inverter o acesso ao centro dando-lhes uma entrada mais digna pela Rua Militão Chaves? Talvez porquê tenha-se que demolir o papódromo a Igreja seria ofendida e a memória do papa maculada. Pois sim! Várias formas há de preservar a presença de João Paulo II entre nós. Sem precisar atentar contra o patrimônio público.



Voltaremos ao assunto.






Até amanhã.



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