A demolição
A Plenitude Arquitetônica.Dia de Finados:
Nada como, neste dia, homenagear a maior edificação já feita em Natal. Durante mais de 30 anos marcou a paisagem da nossa cidade de forma indelével. Mesmo nunca tendo recebido um acabamento, no mínimo, mediano, sua forma curva, em que pese a péssima execução, é de muita beleza. Foi, em grande parte, uma luta gigantesca, desde o princípio até sua execução, do seu criador, o arquiteto Moacyr Gomes da Costa. Compreende-se assim a dor do artista ao ver a destruição de sua obra. Estaria o governo do estado organizando um evento onde ficasse registrada a obra em demolição? Uma maquete física, fotos, a história numa plaquete? Acho difícil. A cidade toda está se transformando e não vemos nehuma iniciativa em registrar alguns aspectos de sua configuração urbana, mesmo na história recente. É um despreparo total das nossas autoridades culturais.
Entretanto, Moacyr Gomes possui outras obras notaveis na nossa cidade e no estado: O Complexo SESI/SENAI na Mor Gouveia. O Ginásio Nélio Dias na Zona Norte, o próprio Centro Administrativo, vilipendiado e mutilado na sua essência. O Teatro Lauro Monte Filho em Mossoró. O Colégio Estadual de Mossoró são alguns exemplos. Não esquecer outra obra sua recentemente demolida: A Escola Guararapes na Av. Bernardo Vieira, demolida para dá lugar a outro shopping. (ficou, ao menos, alguma foto?)Mas existe também sua contribuição na área urbanística com o Plano Diretor de Natal em que, apesar das atualizações, mutilações, propinas e maracutais, ainda tem por base o que Moacyr Gomes propôs nos anos 80. Com uma obra extensa, que ultrapassa as fronteiras do Rio Grande do Norte, o arquiteto está a merecer um melhor tratamento das ditas autoridades competentes.
Até amanhã.
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